Os jornais "de maneira nenhuma podem sobreviver atrás de barreiras de pagamento", afirmou Marcos Palacios, professor da UFBA e, no momento, professor visitante da Universidade de Beira Interior (Portugal), a seção TV&MEDIA do jornal português Diário de Notícias (DN). 

Sob a manchete "Consumo de jornais cai em todo o mundo", o DN desenvolveu o que foi expresso no relatório de 2009 da Associação Norte-americana de Jornais, quanto a crise mundial. Segundo o jornal, 
Nos últimos 60 anos, a quota dos jornais no mercado publicitário norte-americano caiu para um terço, representando agora apenas pouco mais de 12 por cento, bastante abaixo da televisão (26%) e do correio endereçado (22%). [...] Apesar da visibilidade que está a ter nos Estados Unidos, a tendência de queda de audiências e de receitas de publicidade da imprensa é mundial, sendo escassos os exemplos em sentido contrário.
Indagado sobre a situação no Brasil, Palacios citou o exemplo do Jornal do Brasil, que teve de migrar para o digital.  Palacios, conforme citado no DN, afirmou:
[...] Acredito que no caso do Jornal do Brasil era uma decisão de certa maneira inevitável, porque o que estavam a perder de dinheiro com a edição impressa não se podia suportar. Ou o jornal encerrava totalmente ou buscava um novo caminho. [...] essa passagem para as novas plataformas não pode ser feita mantendo o mesmo formato do jornal impresso, como parece que até agora vem acontecendo. [...] Essas plataformas exigem formatos próprios que o Jornal do Brasil vai ter de desenvolver e implantar se pretende sobreviver [...]
De fato, a migração do impresso para o digital não pode assumir a idéia de simples transposição. É preciso mais e, nesse sentido, o desenvolvimento de um produto diferenciado atrai neoleitores e os que antes eram fidelizados. Está aqui um desafio para os processos formativos: fazer a diferença e criar um "novo" olhar sobre o digital e os processos jornalísticos.

Como uma fênix renascida, a censura aos meios de comunicação no Estado do Tocantins, retorna ao 'palco', em meio ao turbilhão dos últimos dias que antecedem a eleição. 

Na notícia publicada na edição de domingo, o Jornal do Tocantins apontou que os veículos noticiosos do estado estão sob censura, sob pena de pagarem R$ 10 mil reais de multa. 

Segundo Lailton Costa, jornalista que assina a matéria,
Ao julgar liminarmente uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral proposta pela coligação Força do Povo, do candidato à reeleição Carlos Gaguim (PMDB), o vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO), desembargador Liberato Póvoa, proibiu os veículos regionais listados na ação de utilizarem e publicar, de qualquer forma, direta ou indireta, dados relativos a Gaguim ou qualquer integrante de sua equipe de governo referentes à investigação realizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo sobre uma suposta organização criminosa acusada de fraudar licitações públicas. 
Independente de os "fatos" serem ou não reais, a tática de judicialmente bloquear a mídia tocantinense de repercutir o fato não pega nada bem. É bom lembrarmos que mesmo os veículos de comunicação do Estado estejam amordaçados, os demais jornais e revistas do país continuam a divulgar notícias sobre o ocorrido. A exemplo, a VEJA e a repercursão do UOL.

A tática, óbvia do ponto de vista jurídico, não é a melhor, já que chama atenção ainda maior de outros tantos que, como eu, não estavam ligando para o caso, encarando apenas como mais "uma informação pré-eleição que se dissiparia". Por outro lado, minha atenção é maior agora, já que a mordaça foi institucionalizada. 

Segue imagem da decisão publicada no Jornal do Tocantins e lista dos veículos censurados:

O Estado de S.Paulo;
TV Anhanguera;
TV Bandeirantes – Band Tocantins;
Rede Record/Rádio Jovem Palmas;
TV Capital (SBT);
TV Araguaína (SBT);
Correio do Povo;
Conexão Tocantins;
A Notícia;
Coktail;
Mira Jornal;
O Paralelo 13;
Jornal Opção;
Tribuna do Planalto;
TV Palmas/Rede Sat Tocantins;
TV Girassol;
Cleber Toledo;
Ecos do Tocantins;
Roberta Tum;
Portal Stylo;
Rádio Rio Preto FM;
Rádio Rio Verde FM (104,9);
Rádio Goianorte FM (87,9);
Rádio Cidade FM (87,9);
Rádio Miracema FM (104,9);
Rádio Nova FM;
Luz FM (104,9);
Rádio Liberdade FM (104,9);
Rádio Formoso FM (104,9);
Rádio Criativa FM (87,9);
Rádio Cultura FM (104,9);
Rádio Boas Novas FM (87,9);
Rádio Natureza FM;
Rádio Cidade FM;
Rádio Planeta FM;
Rádio Palmeiras FM;
Rádio Ciclone FM;
Rádio FM Pequizeiro 87,9;
Radio Colméia FM;
Radio Vale FM;
Radio Natividade 87,9;
Nova FM 104,9;
Radio Sucesso;
Porto Alegre FM;
Almas FM;
Radio combinado FM;
Radio Cidade FM 104,9;
Rádio Itamaraty FM;
Lagoa FM;
Cidade FM;
Rádio Jovem FM;
Rádio Dimensão FM;
A voz do mel 104,9;
Taipas Fm 87,9;
Goiatins FM;
Esperança FM;
Educativa FM;
Rádio Aliança FM (104,9);
Rádio Entre Rios FM (87,9);
Terra FM;
Rádio Mirante;
Tocantins FM;
Araguaia FM/AM;
Nativa FM;
Guaraí AM;
Serra da Mesa FM;
Cristal AM;
Independência FM / AM;
Rádio Cultura de Miracema;
Jovem Pan FM;
Palmas FM;
Rádio Nova Era FM (Antiga Galileia)


A animação "Dot" foi criada utilizando-se um aparelho celular Nokia N8. Ela foi dirigida por Ed Patersson e  Will Studd. Lembra muito um game dos anos 1980, mas vale a produção. 

A sugestão de hoje foi feita pelo colega Tércio. Caso queira ver como ele foi produzido, também está disponível um vídeo que conta o passo a passo.




Foi publicado o livro Journalism Education in Countries with Limited Media Freedom, organizado por Beate Josephi , professor da Edith Cowan University em Perth, Austrália. O livro (foto: Gruope Peter Lang) aborda a expansão do ensino de jornalismo em países com pouca liberdade de imprensa. Na lista figuram China, Cingapura, Camboja, Palestina, Omã, Egito, Quênia, Tanzânia, Rússia, Roménia, Croácia e Brasil.

Confesso que fiquei surpreso com a inclusão do Brasil nessa lista e ao mesmo tempo curioso com o texto "Aspects of Journalism Education in Brazil" desenvolvido por Cláudia Lago e Richard Romancini. Os outros países não me causaram surpresa, já que tenho lido sobre a situação precária do ensino em muitas partes do mundo.

Quero acreditar que os textos organizados por Josephi, conforme apontado por ele no prefácio, "evidenciam a desconexão entre o que é ensinado e o que pode ser praticado [nesses países]", bem como "ilustram o grau em que o ensino do jornalismo pode ser um agente de mudança", indicando assim que o texto caminhe neste sentido. 

Um crítica sobre o livro foi publicado no European Journalism Observatory, que aponta o ensino de jornalismo vivenciando uma verdadeira esquizofrenia em seus processos. Segundo a crítica, os programas de formação nos países listados no livro seguem o mesmo padrão dos processos formativos do ocidente. O motivo apontado é que "o pesquisador atribui a forte participação de ONGs européias e americanas na Ásia, África e América Latina" o desenvolvimento desse processo.


A empresa TAT, especializada em interfaces táteis, prevê o uso dessas tecnologias no dia-a-dia já para daqui a poucos anos. O vídeo a seguir mostra a experiência da empresa com telas elásticas e telas transparentes.  A foto ao lado (do sítio da empresa), dá uma idéia das perspectivas.

Incrível? Nem tanto, já que outras experiências tem surgido no mercado. Bem, vamos esperar para ver quando a utilizaremos aqui no Brasil e, principalmente nos processos formativos.





O custo da transição para o online

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 08:21 0 Comments

Ken Doctor, autor do livro Newsonomics, escreveu o artigo intitulado "The still-evolving Newsonomics of digital transition" para o Nieman Journalism Lab (Harvard University) onde desenvolve algumas noções preliminares dos custos envolvidos na transição para o modelo online. 

Doctor aponta que as empresas jornalísticas poderiam iniciar os cortes de orçamento na faixa dos "60%". Com que estes custos poderiam ser reduzidos? Ele é direto e sem rodeios: "[...] os custos... com produção gráfica, impressão, circulação e despesas de distribuição, juntamente com os postos de trabalho que seriam eliminados".

E os 40% restantes? Para Doctor, o restante seria direcionado em "cerca de 20 por cento  para a redação, e 10-15 por cento destinado as vendas de anúncios". Será essa "a fórmula" do sucesso? Dificilmente. "Não há nenhum modelo e não há fórmulas que possam ser compartilhadas. A estrada da transição é muito escura e instável neste momento, sem mapa ou GPS", reforça Doctor.

Repercutindo sobre essa visão de Doctor,  o sítio Flip Side aponta que essa é apenas parte da equação. Segundo o sitio,

A outra parte da equação tem que ser uma mudança no modelo do negócio. O verdadeiro problema é que os jornais ainda dependem de estruturas de vendas orientadas em torno de um modelo de negócios enraizados na década de 1950: esperar o telefone tocar, em seguida, colocar um representante de vendas em um carro até o cliente, criar uma meia dúzia de anúncios, fazer o cliente assinar um contrato, [...]. As organizações locais de todos os tipos de mídia precisam começar a experimentar formas mais agressivas de inovações, para reduzir os custos de captação e gestão de unidade e de novas fontes de receita.
Seja qual for a equação - se é que teremos uma tão cedo - uma coisa é certa: não é possível ficar passivo frente as demandas atuais da possível crise que passam alguns dos grandes veículos no mundo. Vamos ver quem melhor apresenta caminhos.

Foto: Andreas Rentz
Negativista? Fatalista? Controverso? Essas seriam possíveis palavras a serem ditas sobre Jeff Jarvis, blogueiro, jornalista e professor na Universidade Cidade de Nova York. Em entrevista ao El País.com, Jarvis afirmou que talvez seja tarde demais para os grandes jornais reverem suas estruturas e competir com os jornais online emergentes. 

Jarvis aponta que a dinamicidade dos pequenos veículos online facilitam os processos e, produzem resultados com baixos ou nenhum custo. Na entrevista, ele compara o The Washington Post com o sítio tbd.com, dirigido por Jim Brady. Segundo Jarvis, ambos disputam o espaço da notícia, porém enquanto que o Washington Post o "faz com 745 jornalistas em sua redação", o pequeno e eficaz tdb.com o faz "com duas dezenas de repórteres, construindo uma rede de parceiros e blogueiros e explorando todas as vantagens da economia da Internet". 

Não é de hoje que as críticas de Jarvis vem sobre as grandes empresas da mídia, mas parece um tiro certeiro nessas empresas quando ele aponta para o "calcanhar de Aquiles": os custos de manutenção. Pequenos periódicos online parecem sobreviver a uma possível crise com mais flexibilidade, além de ofertar informações a custos bem baixos ou mesmo gratuitos. Essa é uma receita difícil de superar. 

Outro ponto destacado por Jarvis é a questão do conteúdo online. Para ele, a mediação e seleção de conteúdos são os mais importantes eixos no espaço da internet, já que vivenciamos uma grande abundância de informações. O que é necessário fazer? Jarvis é direto: "ink versus link" (tinta versus link). O que ele quer dizer com isso? Que na "economia do link", é o link que cria valor à medida em que cria novos espaços, já que um conteúdo sem ligações não tem valor.

Esse panorama aponta para o que já indicamos em outras postagens: o ecossistema jornalístico mudou. Muitos apostaram nessa mudança, mas os grandes grupos empresariais desprezaram a web como espaço de noticiabilidade, desprezaram o potencial aglutinador da internet. "Talvez", realmente, "seja tarde demais", como afirmou Jarvis, mas vamos ver o que essas "máquinas" farão para não sucumbir no espaço dos negócios.



A animação Kutoja - The last knit, dispoível o You Tube, foi escrito, dirigido e animado por Laura Neuvonen, apresenta um pouco de "nossa" vida conturbada. Não pense que a cidade é o centro da animação, pois é justamente o contrário. A idéia é a busca de um local de paz para exercitar um hobby.

O centro da história é uma jovem senhora que tricota. Mas o tricotar obsessivo gera repercussões. Algumas dessas fogem ao controle e, ao "renascer" uma nova perspectiva, começamos de novo o processo.

Lembrei-me ao assistir da vida "esquizofrênica" que nos colocamos diariamente na academia. Boa reflexão!





O Guía de Herramientas Google para Periodistas: búsqueda e investigación, lançado pelo Google em 2010, a partir de oficinas com 300 profissionais da área jornalística tem sido, de fato, um "guia" importante sobre o que é possível fazer com a ferramenta. 

Ele é simples e fácil de compreender, agregando valor ao que é possível fazer no meio desse "caos informacional". Mas é importante entender que, apesar de agregar valor, é necessário um direcionamento. Não é apenas "decorrar" o que é possível fazer e, "voilà", temos um jornalista. Já discutimos em outras postagens sobre que competências formativas são necessárias e, voltamos a reforçar: elas são extremamente importantes, não sendo fruto apenas de um exercício "casual" da profissão, mas de uma elaboração teórica consistente, resultado de uma formação inicial. Daí, técnica e teoria, reforçam a práxis jornalística e permitem o desenvolvimento de um profissional competente. 

Simples? De jeito nenhum. O negócio é mais complicado. Não sabemos ao certo, apesar dos vários cursos e formações, qual ou quais os perfis necessários, como desenvolvê-los, o que de fato é competência profissional, etc. São questões complexas e há muitas "versões" do que é melhor nos processos de formação, sendo defendidas por centenas de profissionais e universidades. O que é certo e parcialmente aceito: não podemos reduzir o jornalismo a técnica apenas, retirando seu potencial téorico-intelectual.

Um guia, como o do Google, é uma ferramenta e não o "todo" formativo necessário. Talvez o seja para os "jornalistas de fim de semana", leigos ao processo formativo e ávidos por metodologias simples. Quanto aos riscos de se desperceber isso, a caricatura da revista espanhola El Jueves (2008), reproduzida no guia,e disponibilizada pelo colega Féliz Bahón, retrata bem os perigos de uma "Google jornalista". Reflita sobre ela.



Fonte
Risco? Incerteza? Essas são palavras presentes sempre que estruturamos qualquer prática, seja educativa, seja jornalística. Seria ingenuidade pensar que essas situações não ocorreriam em um processo de planejamento.

Quando planejamos, estamos projetando, o que reforça a noção de “lançar para frente”, isto é, para o que ainda não existe. Se não existe, estando apenas no mundo da abstração mental do(s) elaborador(es), está sujeito ao risco e à incerteza.

Cabe aqui um esclarecimento importante: as palavras risco e incerteza se entrelaçam e reforçam uma à outra. Como assim? Bem, o "risco" pode ser entendido como a probabilidade de ocorrerem situações aleatórias, que podem ser naturais ou artificiais, ou ainda uma combinação de ambas. Já a "incerteza" envolve qualquer tipo de erro, fruto da relação do ser humano com o meio, influindo na tomada de decisão. Pensando bem, podemos dizer que o risco é o somatório ou mesmo certo grau de estimativa da possibilidade da incerteza ocorrer. Daí, por que afirmamos que estão entrelaçados e reforçam uma à outra.

Quando no exercício da profissão, muitas situações complexas podem acontecer. É importante que o jornalista/repórter esteja "preparado". Discutimos muito isso em sala de aula, com foco em perguntas e situações vexatórias. Mas que dizer de situações que põem em risco a integridade física do jornalista? Como se preparar para se portar "ao vivo" a uma situação potencialmente perigosa ou mesmo evitá-la?

Não há como evitá-la, mas se preparar sim. Essa preparação “antecipada” (aqui uso um pleonasmo consciente!) é chamada de gerenciamento de risco. Podemos definir gerenciamento de risco como o processo sistemático de se identificar, analisar e reagir aos riscos de uma situação. Isso inclui maximizar as probabilidades e consequências de eventos positivos e minimizar as probabilidades e as consequências de eventos adversos.

Os vídeos a seguir, mostram situações em que jornalistas, quando faziam reportagens ao vivo, foram vítimas de acidentes. Resolvi postar esses vídeos, pois precisamos melhor entender "os espaços" que ocupamos (uma rápida olhada, com mais atenção poderia evitar muitos riscos) para posteriormente não sermos as vítimas e viramos notícia.

Vídeo 1: Repórter Werton Araújo de um jornal da filiada da Globo (TV Mirante de São Luís - Maranhão), leva um choque durante uma transmissão ao vivo



Vídeo 2: Repórter Lasier Martins, no telejornal vespertino mais assistido do Rio Grande do Sul, levou um choque durante uma reportagem sobre uvas (não percebeu um fio por detrás das uvas)



Vídeo 3: Durante uma entrevista a um boxeador ao vivo, o entrevisador - o polêmico Jorge Reis da Costa, o Kajuru - chama o boxeador de covarde e o "clima fecha..."



Vídeo 4: Repórter espalhola destrói obra de 16 dias (subiu onde não devia)



Vídeo 5: Repórter japonesa escorrega e cai no choro. Faltou jogo de cintura.



Vídeo 6: Também existem situações em que o jornalista perde a noção de seu trabalho e do respeito a quem entrevista. Lamentável!




Vídeo 7: Para descontrair, tem situações engraçadas...




Vídeo 8: Jornalista português se enrola com texto e se irrita ao vivo.




Fonte: Dossiê Redes Sociais
Está disponível o dossiê Redes Sociais da Revista Eletrônica de Jornalismo Científico ComCiência (Unicamp), que é lastreada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

O objetivo da revista é popularizar os assuntos científicos e, dessa forma, os artigos são escritos de forma a clarificar assuntos mais complexos. Dessa forma, os autores do dossiê eleboraram artigos de fácil compreensão, indicando questões centrais.

Entre os autores, estão nomes conhecidos como Adriana Amaral, Mirna Tornus, Alex Primo e Raquel Recuero.


Segue o sumário:

Editorial
A banalização do banal - Carlos Vogt
Reportagens
Privacidade na rede: questões de segurança e de direito
@candidato vai seguir você
Plataformas sociais auxiliam a construção do conhecimento?
A vida social numa rede de avatares
Os quinze minutos de fama e a espetacularização do cotidiano
Artigos
Redes sociais e sites de relacionamento: em busca de comunidades
Raquel Recuero
O jornalismo e a reconfiguração midiática
Mirna Tonus
Redes sociais de música: segmentação, apropriações e práticas de consumo
Adriana Amaral
Como o Wikileaks vem transformando jornalistas em decifradores de código
Tiago C. Soares
A internet na história dos movimentos anti-vacinação
Paulo Roberto Vasconcellos-Silva e Luis David Castiel
Resenha
A cauda longa
Por Rafael Evangelista
Entrevista
Alex Primo
Poema
Figuração do tempo
Carlos Vogt


Études de communication
A revista francesa Études de communication: langages, information, médiations disponibilizou seu mais novo dossiê intitulado Normes et écriture de l’organisation. A revista é aberta a todos os pesquisadores envolvidos no campo das ciências da informação e da comunicação, sendopublicada regularmente pelo Centre de recherche GERiiCO e pelo Conseil Scientifique de l’université de Lille 3.

Neste número, coordenado por Patrice de la Broise (Universidade de Lille 3) e Sylvie Grosjean (Universidade de Ottawa - Canadá), o tema central é o papel das várias formas de textos nas organizações.  As indicações dos resumos parecem boas, pena que muitos dos textos tem seu conteúdo restrito.

Para os interessados, segue o sumário:



Cena da animação "Tim".
A animação Tim, produzida por Ken Turner e disponível no Vimeo, nos transporta para os sonhos de criança, onde heróis e anti-heróis estão presentes na mente e nas expectativas de uma futuro ainda tão incerto.

A música da animação me fez voltar aos tempos de criança, já que na época, essa música era muito tocada em minha casa. Experimente! Conheça Tim e seu sonho. Talvez você se veja por aqui. Bom domingo.


TiM from Ken Turner on Vimeo.


Cena de Os Simpsons sobre doutorandos
A pouco vi um post do Antonio Granado em que ele fazia menção a um pequeno vídeo de menos de um minuto extraído de episódios do desenho Os Simpsons. O desenho dispensa apresentações, por ser amplamente difundido e, fora do convencional.

Nas diversas cenas de alguns poucos segundos, o foco do humor são os estudantes de doutoramento. Algumas das cenas apontam para o baixo salário, a pouca qualidade de vida nesse período e até para a falta de alimentação adequada. Parece brincadeira e dá vontade de rir do desenho, se não fosse a realidade de alguns pós-graduandos.

A busca pela titulação, não mais apenas pelo saber em si, mas pela própria obrigação imposta pelo mercado de trabalho (que exige a titulação como parte do processo de melhoria salarial). Desde que o Brasil atrelou nos anos 1980, a titulação a progressão salarial/funcional nas universidades, ser "doutor" não é uma questão de maturidade acadêmica e uma busca por contribuir com a ciência, mas uma questão de sobrevivência profissional no meio acadêmico.

Li em vários momentos, nos últimos 5 anos, no Jornal da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), artigos de doutorandos e mestrandos que, assim como o desenho dos Simpsons, tinham falta de alimentação adequada e moradia (enquanto estudantes no estrangeiros), principalmente na Itália, França e Espanha.

É uma pena que não seja apenas uma piada sem graça. Trata-se de realidade, onde o pesquisador em busca de sua titulação, tem sua degradação física, moral e até intelectual constatada. É claro que muitos superam, mas há casos em que a opção para alguns é o fim da vida. Esse foi o caso de um estudante de doutoramento em Química (em uma universidade européia), orientado por um prêmio Nobel, que poucos dias antes da defesa "surtou" e se matou. O mesmo sofrimento mental ocorreu na época que eu fazia mestrado na  Universidade de Brasília (UnB), onde casos assim já foram constatados, alguns com fins trágicos.

Segue o vídeo, caso deseje partilhar essas "pérolas" da realidade acadêmica dos processos formativos:





Foto: Quadriga
Liriam Sponholz, jornalista e doutora em Comunicação pela Universidade de Leipzig (Alemanha), proferiu uma conferência na Universidade Federal de Santa Catarina, intitulada "O Estudo do Jornalismo na Alemanha". Essa está disponível no acervo do Estúdio de Videoconferência da UFSC

Nessa conferência, Sponholz faz um panorama sobre o desenvolvimento da "ciência dos jornais" na Alemanha, com recorte para a obra de Otto Groth e outros autores alemães que são fundamentais para compreender o desenvolvimento da área na Europa. 

A conferência-aula aprofunda uma parte das "histórias" do jornalismo que normalmente ficam foram dos livros-texto e das aulas. O debate também é bem rico, contando com intervenções de Eduardo Meditsch. Vale a pena parar e refletir na construção da comunicação e do jornalismo. Caso queira ler outros textos relacionados, de Liriam Sponholz, seguem algumas sugestões que potencializam  "o mergulho" nessa conferência:





Essa semana estou mais "contemplativo". Decidi observar mais e escrever menos, talvez por que aqui no Tocantins tenhamos um semana apenas de dois dias: é que na terça-feira e na quarta-feira foram feriados e, na segunda, obviamente, ponto facultativo, sobrando somente a quinta e sexta-feiras para não começar a semana! 

"Flanando" na internet, encontrei algumas imagens sobre educação. Ainda não me decidi sobre qual delas é mais significativa, mas já tenho uma certeza: perdemos muito, independente de quem "tocou" os processos (de)formativos. São dessas situações que os futuros profissionais emergirão!

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Em diversos momentos, escrevi sobre as competências e habilidades formativas necessárias ao fazer jornalístico. Mesmo com muito cuidado durante os processos de formação, ainda assim, a imagem da profissão e do trabalho jornalístico pode ser visto de uma forma nada emocionante ou "profissional".

Procurei algumas charges que ironizam o que, alguns poucos colegas, ainda reforçam como uma prática constante. Vamos esperar que, durante os processos formativos, possamos superar alguns velhos estigmas da área, ou pelo menos, amenizá-los com nossas risadas. Mas vale a pena a leitura do texto "Jornalismo não é ridicularizar pessoas", escrito por Sérgio Spagnuolo, que destaca bem que "o papel da ridicularização é o do humorista, não do jornalista."


A imagem, proveniente do sítio CSL News Cartoon, mostra um jornalista em sua redação. A ação é comum na atividade jornalística: produzir notícias. O 'problema' da charge encontra-se no reforço do esteriótipo de que o jornalista, espumando pela boca, se delicia em produzir notícias "espetacularizadas" ou "bombásticas" sobre calamidades. Essa autoimagem equivocada, perpetuada em alguns processos formativos, acentua a importância do "furo" acima dos aspectos éticos/morais.

Outra charge, aponta para o possível fim do diploma. Ela foi disponibilizada no Blog do Nake. Na charge, o jovem egresso da faculdade exulta com sua formação e grita "eu sou jornalista", daí, em um segundo momento ele escuta a mesma euforia de outros profissionais dos mais variados espaços. Essa charge nos faz refletir em possíveis impactos sobre a profissão. Mas não desanima!

Essa outra charge, contrapõe as práticas jornalísticas tradicionais do "furo" e o ato de "parar as prensas",  com o impacto das mídias sociais. A notícia já foi vinculada nas mídias sociais e, popularizada, mas enquanto não sair no impresso, parece "não valer." Ela foi disponibilizada no sítio Naquim.com.br e intitulada "Velhas mídias".

Essa outra charge, produzida por Angeli e disponível no sítio P.da Audiência da TV, critica a pauta nacional que parece não sair da mídia: a violência e a corrupção. Na banca, defronte de vários jornais, é fácil perceber que parece existir uma "pauta" nacional que vende mais impressos.