Nesse programa do Observatório da Imprensa, se discute o papel das mídias sociais. Por meio de twitters, podcasts e blogs, a mídia on-line demonstra seu potencial na rapidez e na capacidade de burlar a censura, como no caso do Irã. O compacto do programa, frisa a produção de notícias em torno da morte de Michael Jackson, que no Twitter, alcançou no período de 2 horas, "entre a exposição inicial dos primeiros rumores e a confirmação da morte pela CNN e pelo Jornal Los Angeles Times, a marca de 220 mil mensagens por hora", segundo Carlos Castilho. Tem como fechar os olhos a realidade? A produção de notícias deixou de ser domínio exclusivo do jornalista e das empresas de notícias. Como encara isso a "velha imprensa"? Com preocupação, já que levantam dúvidas quanto a veracidade e a qualidade da notícia.
Apesar de ser apenas o compacto, vale a pena a discussão desencadeada. O texto integral do programa pode ser acessado aqui.






Quando se fala em mídias sociais, dificilmente não se pensa no Twitter e no Facebook como facilitadores nesse processo. Desde o "estouro" do Twitter utilizado para burlar a censura no Irã, o potencial dessas novas mídias, ou melhor, o novo potencial atribuído a essas mídias deixou de ser apenas o de transmitir "bobagens" pessoais para se transmitir "informações sérias", que apontam a situação social em que se está inserido.
Nesse vídeo, Clay Shirky, que é professor adjunto da New York University’s graduate Interactive Telecommunications Program, faz uma palestra de como essas mídias sociais tem ajudado cidadãos em regimes repressivos a divulgar notícias reais, contornando a censura (embora brevemente). É interessante que Shirky defende que o fim do controle top-down das notícias está mudando a natureza da política.
O vídeo está em inglês, mas possui legendas em Português. Vale a pena pela aplicações feitas.



O Observatório da Imprensa é um programa televisivo importantíssimo na discussão da mídia e de suas relações com a sociedade. Por vezes, Alberto Dines, faz o papel de "Advogado do Diabo" ao criticar o próprio sistema que a mídia brasileira desenvolveu.
Nesse programa específico, exibido em 23.06.2009, se discute o fim do diploma de jornalismo. Participaram do programa o jornalista Mario Vitor Santos, em São Paulo, que é ex-ombudsman da Folha de S.Paulo, onde trabalhou por 15 anos em diversas funções e, o professor de jornalismo Muniz Sodré participou pelo estúdio do Rio de Janeiro.
O programa está dividido em 6 vídeos. O resumo do programa e o editorial de Alberto Dines pode ser lido aqui.

Vídeo 1


Vídeo 2


Vídeo 3


Vídeo 4


Vídeo 5


Vídeo 6



Quando se fala em crise dos meios tradicionais e a difícil manutenção de uma mega-estrutura jornalística, não há como não pensar na internet como saída viável (e mais econômica, certamente!).
É o que o tradicional e mais lido jornal americano, USA TODAY, passa a fazer apartir de 3 de agosto próximo. Com o título "USA TODAY e-Edition" o jornal disponibilizará todo o seu conteúdo da mesma forma como o impresso.
É isso mesmo? É. Será, segundo a divulgação do jornal, uma transposição do impresso, mas com agregações de vídeos, jogos e outros penduricalhos.
É esquisito essa decisão, pois atualmente já existe uma versão eletrônica disponível na rede. Talvez a idéia de "transportar" o formato, geralmente mais aceito pelos leitores tradicionais, para a rede possa melhorar o desempenho e, principalmente, as receitas do periódico. Vamos aguardar e ver as inovações!


Futuro do Jornalismo

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 10:08 0 Comments

Essa é uma temática recorrente nesse ano, talvez pelo mar de instabilidade que a crise mundial fez brotar. De qualquer forma, é importante quando tomamos a iniciativa de estruturar o pensamento. Isso auxilia na compreensão da problemática e, permite visualizar possibilidades.
É o que Kevin Sablan fez. Ele pegou 22 referências feitas na internet em 2009 (até o momento) sobre a crise e perspectivas para sua superação na área jornalística.
A idéia foi muito boa, pois ao criar uma linha do tempo, também nos permite visualizar como os diversos atores que discutem o assunto estão vendo a situação em dado momento. Segue a linha do tempo:



Importante: Agradeço ao post de Luis Santos do Atrium que apontou esse achado na rede e ao Rogério Christofoletti do Monitorando por divulgá-lo tão rápido no ar aqui no Brasil.


Ontem resolvi almoçar com minha esposa e cunhada na Praia do Prata (Palmas). Ela é uma das dezenas de praias de água doce do Tocantins. Você pode ver a seguir sua localização e detalhes.



Bem, voltemos ao "causo". Minha esposa foi bem cedo, pois queria tomar banho antes. Por volta do meio dia veio buscar-me. Quando retornamos e estacionamos o carro, fomos abordados por um jovem "de farda de vigia" que se apresentou como "guardador de carros autorizado pela prefeitura de Palmas" e, já foi passando um papel com o valor de R$ 5,00 (cinco reais) para encostar o carro na areia.

Fiquei extremamente consternado, pois estávamos em um espaço público, criado e mantido para lazer com dinheiro dos impostos que pagamos. Indaguei sobre o não pagamento - não pelo valor, mas pelo descaso e da desobrigação do dignatário público em cumprir seu papel de proteção ao patrîmônio privado, já que essa é uma das funções do poder municipal - depois de muita desculpa esfarrapada do jovem, ele disse em um tom de ameaça: "o sr. paga só R$ 2,00 se não ficar para o show" (que aconteceria entre as 17:00 e 22:00 h e que é realizado com dinheiro público).

Da última vez que não acatei o aviso de um jovem desses, em um estacionamento público, tive o meu carro, que é da cor preta, banhado na lateral por uma lata de tinta óleo branca! Dá para acreditar? O mais engraçado é que, algumas semanas depois, ao ministrar aula em uma pós-graduação para comandantes e coronéis da polícia e guarda metropolitana, trouxe o assunto a tona, só para ouvir desculpas escorregadias e, na política do "eu não sei de nada", jogar a responsabilidade para outros que não a querem ou mesmo não a aceitam como sua. É a política do descaso!

Essa situação me fez recordar de outra que aconteceu alguns meses antes aqui no Estado do Tocantins. Foi o caso do "aluguel" do Parque Estadual do Jalapão, uma área de preservação ambiental composto por um ecossistema frágil de cerrado, para a equipe norteamericana do reality show Survivor.

O Parque Estadual do Jalapão ficou fechado em suas principais áreas do mês de setembro/2008 a dezembro/2008. E o pior que a maioria dos moradores do estado somente veio a saber da situação, já quase no final de novembro/início de dezembro, por meio de duas reportagens feitas pela TV JOVEM PALMAS, afiliada da TV Record. A seguir coloco-as para apreciação.
Parte 1: Jalapão: Território de Estrangeiro?




Parte 2: Jalapão: Território de Estrangeiro?




Independente do que deveria acontecer e quem deveria saber, o que me preocupa é a temática da "privatização do espaço público". Até que ponto, um governo - seja municipal, estadual ou mesmo a União - pode "alugar" o bem público sem ferir a soberania nacional? A situação não poderia ser comparada a concessão de uma estrada/rodovia, já que para esse "aluguel do público" acontecer, deveria haver um edital de licitação pública e, depois disso, contrapartidas em melhorias em troca do pedágio pago.

Não vou ao outro extremo, mas convém indagar: poderíamos nós alugar o belo parque de Yellowstone para fazer um "reality show" e fechar o espaço soberano de outro país, impedindo que seus cidadãos tenham acesso ao seu patrimônio cultural? Lembro-me agora, de uma palestra que assisti na UnB enquanto fazia o mestrado proferida pelo prof. Cristóvam Buarque, hoje senador, que falava sobre o que chamou de "discurso da internacionalização" feita pelo países desenvolvidos sobre os países em desenvolvimento. Ele destacou que todos parecem querer internacionalizar o patrîmônio ambiental brasileiro (principalmente a Amazônia), daí ele afirmou (como me lembro agora): "então vamos internacionalizar também a Torre Eiffel... vamos internacionalizar o Grand Canyon... vamos internacionalizar todo patrimônio pertencente a qualquer país como patrimônio do homem".

De qualquer forma, estive no local dois meses depois para, "em um tom de turista", ver como estava o espaço ocupado pelo grupo americano. Não consegui ver sinal de devastação, a natureza se recuperou bem no local. Agora o que puder ver (e filmar) foi o assoreamento que a nascente do Rio Sussuapara (dentro do Parque do Jalapão) sofreu. Não pude detectar quem ou o que causou, mas veja o estrago que ocorreu. Estou andando onde antes havia um rio com "água pela cintura", como afirmou o guia.

Essa devia ser a preocupação principal: preservar o espaço público do parque da degradação que o próprio homem faz!




Estava gastando alguns minutos olhando o Twitter, quando me deparei com um post de @paollafalcao sobre sacolas plásticas. Achei curioso e resolvi clicar. Fui levado ao site "meu planetinha", para a matéria O perigo da sacola plástica. Até aí tudo muito parecido com o que já havia lido sobre o assunto, mas o vídeo lincado ficou muito bom. Tão interessante, que resolvi postar algo aqui.
Ele foi produzido por três supermercados argentinos Jumbo, Vea e Disco com o objetivo de diminuir a utilização de sacolas plásticas. Veja a seguir:


Aproveitei e procurei no YouTube outras semelhantes. Após alguns cliques, encontrei a que segue. Essa é bem elaborada, simples, com mensagem séria e que vale a pena refletir sobre o que estamos criando ou melhor, o que queremos do futuro... Ela foi produzida para o Supermercado Wong.


Essa não é de supermercado, mas da Quercus e enfoca a preservação. Também é bem impactante.


Sobre a internet

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 08:05 0 Comments

A UOL divulgou essa semana uma pesquisa sobre a utilização da internet no Brasil, já que nosso país superou a marca dos 10 milhões de assinantes de banda-larga, acima de países como Canadá, Espanha, India e Russia.
Esse número é significativo, pois demostra a absorção da utilização da rede no dia-a-dia do brasileiro. A UOL aproveitando o embalo, demonstrou em números porque vale a pena investir em divulgação na internet (no gráfico ao lado, vemos, por exemplo, a diferença entre a compra de TVs e computadores em 2008). Apesar de ter suas limitações quanto ao foco dado e ser questionável em alguns elementos apresentados como importantes, vale a pena ver os gráficos produzidos. Eles estão disponíveis a seguir.



Na quinta-feira, dia 23.07, assistia ao Jornal da Globo, quando fizeram a chamada "empresas utilizam cada vez mais impressoras em 3-D para criar objetos que são projetados no computador. O equipamento, que era bem caro, vem caindo de preço e pode, um dia, estar popular". Impressora 3D? É isso mesmo!
Com uma tecnologia de superposição de camadas de plástico, qualquer objeto é construído. A reportagem apresenta uma série de objetos: uma moto em tamanho natural (isso mesmo!), um alicate, uma corrente (sem solda ou emendas)...
Segundo Scott Crumb, criador da impressora e presidente da Stratasys, pioneira na tecnologia, vem aí uma geração de máquina auto-replicantes, isto é, "a máquina construindo a própria máquina". Coisa de Matrix? Muito pelo contrário! Crumb afirma que já no presente, sua impressora "consegue produzir 32 partes dela mesma, daí não é difícil prever que máquinas vão construir máquina inteiras".



Outro vídeo produzido pode ser visto a seguir (paciência, esse demora um pouco):


É até difícil pensar quais serão os limites do futuro ou se haverá algum limite. Se não, qual ética teremos de começar a construir agora? Ou será melhor não tê-la?


Novas competências para o jornalismo

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 20:00 0 Comments

Também com o título The future of journalism, Adam Westbrook disponibilizou sua apresentação realizada para discutir novos perfis de competência para o jornalista.
Na apresentação que você visualiza a seguir, Westbrook destaca a mobilidade do mercado jornalístico e as novas demandas que a internet trouxe.
Por exemplo, em 2000, segundo Westbrook a internet respondia por apenas 1,6% das notícias, já em 2008 esse percentual subiu para 45,4%. Não precisa comentar muito o impacto nas práticas jornalísticas, nem da transformação necessária que a redações deveriam passar para dar conta dessa mudança.


The future of Journalism

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 18:59 0 Comments

The future of Journalism, é com esse tema que o College of Journalism da BBC disponibiliza um conjunto de textos produzidos em 2008 na série de palestras realizadas.
A coletânea de textos reúne opiniões de jornalistas, editores e acadêmicos em torno do "futuro" da área, com ênfase nas mudanças causadas pela internet no trabalho jornalístico. Segundo o prefácio da coletânea organizada por Charles Miller, as tecnologias têm mudado os hábitos dos jornalistas e do próprio jornalismo, exigindo um reexame das práticas realizadas.
É com essa ênfase que Peter Horrocks, Zoe Smith, Guy Pelham, Paul Hambleton, Philip Trippenbach, Derren Lawford e Kevin Marsh desenvolvem temas importantes e, por vezes, impactantes para a área jornalística.


Saudades de outra tecnologia...

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 16:28 0 Comments

Hoje estou meio retrô. Depois de rever alguns vídeos sobre realidade aumentada e, ver alguns comentários, fiquei na "ansiedade" do que virá a ser a tecnologia envolvida e suas possibilidades. "Engatinhamos" na internet e já demos passos tão grandes. Mas ao mesmo tempo, bateu uma saudade: da simplicidade, própria da minha infância.
Na verdade sinto falta de uma tecnologia antiga e muito utilizada por mim para brincar: as mãos! É, não faz tanto tempo assim, brincar no escuro era o máximo da imaginação e envolvia uma tecnologia que beirava a arte.
Encontrei os vídeos a seguir que demonstram essa mistura de "tecnologia e arte" e como o simples ainda pode ser tão complexo.









Está disponível para download o livro "Onipresente: comunicação de onde viemos e para onde vamos" de Ricardo Calallini. Nesse livro, discute-se as mudanças que estão ocorrendo com o consumidor, nas agências, na comunicação.
O livro foi estrutura em torno das questões-capítulo:
1·por que usar o brasil como base de análise?;
2·ondas;
3·ondas da comunicação;
4·o primeiro fator: fragmentação;
5·o segundo fator: internet;
6·o terceiro fator: o consumidor;
7·o quarto fator: digital;
8·onipresente;
9·conclusão. deste livro, não deste assunto;
10·notas;
11·por que uma versão beta?
O autor tem mais de vinte anos de experiência em comunicação interativa, sua atuação abrange várias áreas e disciplinas. Foi Diretor de Mídia da F/Nazca Saatchi & Saatchi, Diretor de Operações da Euro RSCG 4D e Sócio-diretor de Tecnologia da agência digital Organic Inc.

O livro é promissor nas discussões e, além disso, se teve bom gosto na disponibilização de uma site bem estruturado. Vamos ler e depois discutir aqui.


Está disponível para download o livro Blogs.com - Estudos sobre blogs e comunicação, organizado por Adriana Amaral, Raquel Recuero e Sandra Montardo e publicado pela editora Momento em 2009. Trata-se de uma coletânea de artigos em língua portuguesa sobre a diversidade e a riqueza epistemológica proporcionada pelos blogs. Participam da coletênea diversos pesquisadores da área que apontam possibilidades quanto ao uso dessa ferramenta.
Um dos capítulos, escrito por Leonardo Foletto trata da utilização da blogosfera em relação direta com o campo jornalístico. Baseado em Palacios, Foletto aponta algumas possibilidades dessa proximação:
1) Subversão do lugar de emissão (“liberação do pólo emissor”);
2) Questionamento do habitat do campo ("quem são os jor nalistas?")
3) Mudança nos critérios de noticiabilidade;
4) Maior vigilância da mídia tradicional;
5) Ampliação do debate pela via de comentários de usuários;
6) Potencialização do jornalismo público (jornalismo participativo, grassroots journalism);
7) De audiência a rede;
8) Novo ecossistema informativo;

Gostou? Aprofunde-os na leitura!

Design Web Design 2

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 09:52 0 Comments

Design Web Design 2 é um livro produzido por Luli Radfahrer. Não é tão novo. Ele foi produzido e disponiblizado entre 1999/2000, mas traz uma série de questionamentos e apropriações importantes sobre as temáticas de Design, da World Wide Web e de Comunicação Digital em geral. Muitas delas são as mesmas de 2000 e, nesse sentido, a leitura de Radfahrer pode ampliar os questionamentos em torno da internet e as problematizações que vivenciamos "cá" 2009!
Segundo Radfahrer, "livros têm a mesma função das obras de arte: estimular a discussão e a reflexão. Não devem ser considerados fontes de saber ou beleza, mas elementos vivos que promovam dentro das cabeças das pessoas verdadeiras revoluções na forma de se pensar e encarar o mundo - essa, sim, uma belíssima e indiscutível habilidade humana".
De qualquer forma, a leitura poderá contribuir para uma melhor visão da web.


Aprendendo a "conquistar a rede"

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 09:32 0 Comments

Conquiste a rede! essa é a proposta da coleção lançada na web por Carmen Foschini (foto) e Roberto Romano Taddei, por meio de quatro volumes: Blog, Podcast, Flog & Vlog e Jornalismo cidadão. Cada um dos volumes discute e problematiza as mutantes formas de conceber essas tecnologias na internet.

Quem é o público desse material? Os autores indicam: "Os livros são úteis a quem não domina o inglês o bastante para obter informações disponíveis na própria rede, a jovens que buscam aperfeiçoamento profissional, estudantes que estão aprendendo a usar recursos da internet, adultos que desejam se atualizar, usuários de centros com acesso livre à internet do Governo e de instituições".

Caso você tenha dificuldade de acessar, poderá também fazer uso dos endereços:
Blog: http://www.overmundo.com.br/banco/conquiste-a-rede-blog
Flog & Vlog: http://www.overmundo.com.br/banco/conquiste-a-rede-flog-vlog
Podcast: http://www.overmundo.com.br/banco/conquiste-a-rede-podcast
Jornalismo Cidadão – Você faz a notícia: http://www.overmundo.com.br/banco/conquiste-a-rede-jornalismo-cidadao-voce-faz-a-noticia

Quem disse que não é possível fazer jornalismo investigativo com humor? Pois é, o Diário do Comércio(SP) lançou o Museu da Corrupção, mais carinhosamente conhecido como MUCO.
Trata-se de uma ambiente "interativo", ou melhor, que permite uma interatividade com os arquivos de reportagens de todas os casos que, nos últimos meses, ganharam destaque na mídia.
O MUCO foi dividido em Hall de Casos, Sala dos Escândalos, Operações da PF, Arquitetura da Corrupção, Sala das CPIs e Galeria Edemar Cid Ferreira. Sugiro uma visita a todas elas, mas caso não tenha paciência de ver tanta notícia sobre escândalo, você pode se dirigir para a "Casa de Ferramentas". Nessa seção, você interagirá com um boneco metálico que tenta dizer para onde você deve ir (como se fosse possível escapar da corrupção!).
Segundo o Diário do Comércio, o Museu da Corrupção foi "pensado como um trabalho em permanente construção, o Museu da Corrupção on-line, cuja pesquisa inicial é da jornalista Kássia Caldeira, dará destaque, em sua versão inaugural, aos 15 episódios mais rumorosos dos últimos anos no País. Entre eles, a Operação Satiagraha, a Máfia das Sanguessugas, o Escândalo do Mensalão, o caso do TRT de São Paulo (do juiz Nicolau "Lalau" dos Santos Neto), a Operação Anaconda e o incidente dos dólares na cueca. A cada um será destinada uma "sala" com um relato, imagens e uma lista de reportagens que mostram a repercussão na grande imprensa. O usuário do site do DC poderá encontrar na área a relação completa dos escândalos ocorridos desde o início da década de 1970 e de grande parte das operações realizadas pela Polícia Federal no período".
A iniciativa é boa. Vamos conferir até aonde este projeto chegará.


Vez por outra, olho para meus livros nas estantes em casa e fico a me perguntar por quanto tempo ainda teremos esse "prazer" de ter um livro impresso. Sonhava com uma biblioteca grande com centenas de livros (já tenho mais de duas!!!) a medida em que, ano a ano, fosse aprofundando o saber...
Pergunto-me isso devido a dois fatores: primeiro, a onda ecológica, onde preservar implica mudar velhos e cristalizados hábitos de consumo e, segundo, pela apropriação das tecnologias digitais que disponibilizam acervos cada vez maiores. Hoje, tenho algumas dúzias de DVDs com livros eletrônicos/digitais....
Daí, encontrei hoje uma "solução" não ecológica, mas extremamente prazerosa. Trata-se de uma máquina de "livro expresso"... Livro expresso? É, no mesmo sistema do cafezinho. Só que demora entre 4-5 minutos para o livro estar pronto.




Está disponível para download o livro "Futuros imaginários - das máquinas pensantes à aldeia global" de Richard Barbrook. Barbrook é professor da School of Social Sciences, Humanities and Languages da Universidade de Westminster.

Nesse livro, Barbrook reflete sobre o desenvolvimento tecnológico levando em consideração suas motivações políticas e objetivos econômicos. Essa é uma discussão que não é nova. Porém, o autor acrescenta também a discussão da repercussão social, e conectando informações dos campos da ciência, tecnologia, economia, política, história e comunicação de massa, dá um show de conhecimento e de idéias na área.

No prefácio à edição brasileira, Wanderlynne Selva, comenta o potencial do livro: "Com uma visão politizada e radical da tecnologia, Barbrook apresenta neste livro uma alternativa contrária à doutrina mcluhanista: “a convergência da mídia, as telecomunicações e os computadores não libertam – nem nunca irão libertar – a humanidade. A Internet é uma ferramenta útil, não uma tecnologia redentora. O determinismo tecnológico não molda o futuro da humanidade: quem constrói o futuro é a humanidade em si, usando novas tecnologias como ferramentas.”

Vale a leitura!


O livro "Além das redes de colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder", organizado por Nelson De Luca Pretto e Sérgio Amadeu da Silveira em 2008 e publicado pela Editora da UFBA está disponível para download.

O livro é fruto de seminários realizados pela Casa de Cinema de Porto Alegre em parceria com a Associação Software Livre, ocorridos no segundo semestre de 2007, como parte do Programa Cultura e Pensamento do Ministério da Cultura.

O legal do livro é que apresenta as contradições entre as possibilidades de criação e disseminação culturais inerentes às redes informacionais. A definição de códigos, padrões e protocolos são problematizados no livro, que tem Conteúdo licenciado pelo Creative Commons para Uso Não Comercial (by-nc,2.5).

O que significa isso? Como é lembrado na contracapa do livro: "Esta licença permite que outros remixem, adaptem, e criem obras derivadas sobre sua obra sendo vedado o uso com fins comerciais. As novas obras devem conter menção a você nos créditos e também não podem ser usadas com fins comerciais, porém as obras derivadas não precisam ser licenciadas sob os mesmos termos desta licença."

Boa leitura a todos!



Lançado em março de 2009 pelo Twitter, “Para entender a internet - Noções, práticas e desafios da comunicação em rede”, organizado por Juliano Spyer é uma experiência diferente de publicação e divulgação de livro. Ele foge aos padrões convencionais, pois não possui editora e está disponível apenas pela Web.


O livro é diferente de todos os que você deve ter lido antes, por pelo menos 3 motivos, conforme delineado pelo organizador:


"Você pode interferir neste projeto de três maneiras:
- comentando: o objetivo de ele estar na internet é dar a possibilidade para pessoas interessadas nos assuntos dos artigos trocarem idéias entre si e também com os autores. O resultado dessa conversa poderá ser aproveitado para enriquecer o artigo.

- divulgando: o conteúdo integral deste livro está registrado com uma licença Creative Commons que autoriza quem quiser a copiar e distribuir este material, contanto que ele não seja usado com fins comerciais.

- remixando: você pode usar os artigos deste livro para criar produtos derivados como, por exemplo, uma apresentação ou um vídeo caseiro, sem se esquecer de dar crédito aos autores e de disponibilizar a obra com a mesma licença, para que outras pessoas possam continuar tirando proveito do conhecimento.

E mais: junto com o nome dos autores você também vai encontrar o nome de usuário de cada um no Twitter *. Se você gostar de um texto, pode passar a acompanhar o autor online e interagir com ele."


Gostou da proposta? Eu sim. Além disso, o livro contém noções atualizadas de diversos especialistas e blogueiros. Vale a pena ler!


O Greenpeace, assim como o WWF, tem desempenhado um papel importante na divulgação da necessidade de se prerservar o ambiente. Apesar de não concordar com alguns posicionamentos, concordo em muito com a política de esclarecimento promovida por suas propagandas.

Cada uma delas é inteligente, direta e sem rodeios: temos de dizer claramente onde estamos e para aonde iremos com a propagação desordenada de políticas consumistas. Não quero aqui cair no discurso da preservação apenas porque muitos o fazem, mas vivemos no limiar de nossa existência.

Reflita sobre algumas dessas propagandas. São fortes e diretas, como a degradação que o ambiente tem sofrido.

Essa foi produzida pelo escritório da França.




Esse fala sobre a necessidade de uma revolução energética.




Nessa produção, se aponta para a fragilidade da vida humana, em contraponto a existência do planeta.




Essa foi produzida com foco na caça de baleias no Japão.




Essa foi construída em torno da pergunta: "Vocês queriam mudar o mundo? Vocês conseguiram".




Essa é mais divertida, aplicando a conservação de fontes de energia.




WWF: campanhas de preservação

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 18:05 0 Comments

A Worldwide Fund for Nature (WWF) foi criada em 1961, tendo sede na Suiça. Nas últimas décadas, a Rede WWF se consolidou como uma das mais respeitadas redes independentes de conservação da natureza.

A WWF é composta por organizações e escritórios em diversos países que têm como característica a presença tanto local quanto global e o diálogo com todos os envolvidos na questão ambiental.

Suas campanhas são marcadas por extrema criatividade e pelo 'deboche' ao discurso capitalista do progresso. Progresso a que preço?, parece ter sido a máxima de cada propaganda produzida. Para atingir seus objetivos, a WWF tem usado uma safra de argumentos dos mais variados, indo desde a preservação da fauna e flora propriamente dita, até a preservação do próprio homem (que, pela violência e poluição, deve daqui a algum tempo entrar na lista de ameaçados de extinção).

Seguem algumas dessas campanhas disponíveis na rede.













Dualismos digitais

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 16:40 0 Comments

Nesse final de semana, terminou o seminário Oportunidades Digitais em Tempo de Crise , que ocorreu no Chile. Dos diversos aspectos que foram apresentados, Pablo Mancini escreveu para o Blog Amphibia, o que chamou de cinco dualismos digitais que foram defendidos.
Não terei tempo agora de traduzir e comentar cada um deles com o cuidado que merecem (férias me chama!). São oportunas as observações apresentadas e espero retomá-las em posts futuros para discutir. Deixo na versão original, inclusive com os liks feitos por Mancini. São eles:

1 – ¿FREE O FREEMIUM?

En esta esquina, Chris Anderson, Mark Masnik y Seth Godin. En la otra, Malcolm Gladwell, Mark Cuban y John Gapper. Todos de trayectoria respetable, plantean dos posibles modelos de negocios para los medios digitales. Importar linealmente ese debate y obligarnos a ser fieles de una u otra escuela es un riesgo que no vale la pena asumir.

La discusión de fondo, que rara vez se da, no es tanto sobre los modelos de negocios sino sobre los modelos productivos. En los medios digitales es mucho más fuerte la preocupación sobre cómo hacer caja para pagar los sueldos de decenas y decenas de empleados antes que alcanzar la rentabilidad con religiones trasnochadas.

2 – ¿NATIVOS O INMIGRANTES?
Salvavidas de plomo. Cuando la organización periodística quiere renovarse opta por deshacerse de los “periodistas tradicionales” e incorporar una buena dosis de nativos digitales en las redacciones. Como si los saberes y las habilidades estuvieran sólo en una u otra generación profesional. De nada sirve sembrar nativos en un entorno, como son las redacciones actualmente, que funciona como hace 50 años. Sin actualizar el código fuente de las redacciones online de poco sirven los más jóvenes, que van, hacen su trabajo pero ni de cerca consumen el producto que producen.

Por cierto, ¿cómo se explica la génesis de tres casos claves de nuevos medios donde la presencia de nativos digitales se reduce al grado cero? Politico.com, Newser.com y el Interactive News Team de The New York Times? De más está decir que las redacciones online en América Latina están pobladas de nativos digitales y profesionales menores de 35 años, y aun sí los portales periodísticos no hacen gala, precisamente, de la interactividad.

3 – ¿CONTENIDOS DE CALIDAD O CONTENIDOS BASURA?

Otro falso dualismo que asfixia discusiones en la industria de los medios digitales. ¿Con qué instrumento y categorías se mide la calidad de los contenidos en la red? En un entorno de abundancia informacional inédita hay menos lugar para el canon de calidad y mucho más para los criterios posibles de valor de uso de la información. Con dos categorías tan binarias, calidad y basura, resulta muy difícil generar ofertas eficientes.

En la discusión, no sólo subyace la idea de toda producción es humana, donde la automatización posible de procesos productivos en el periodismo cancela hasta la fiesta autoevangelizadora de los periodistas digitales efervescentes. Además, supone dejar sin lugar a dos roles que son, precisamente, los que parecen tener cada vez más protagonismo: los community managers y los data curators.

4 – ¿SE MUEREN LOS DIARIOS O TIENEN LARGA VIDA POR DELANTE?

Frecuentemente reducida a fundamentalistas de los soportes, esta discusión no deja lugar a nada. Los medios tradicionales están inmersos en una doble crisis financiera y de credibilidad, mientras que los medios online y los nuevos medios aún no encuentran modelos de negocios que vuelvan sustentable a la profesión en Internet. El dato que hackea este dualismo es la nueva configuración de ciudades posturbanas, con millones de nodos móviles y fijos, donde reinan la fluidez y la manipulación de datos con efectos dramáticos en la organización espacio/tiempo. Donde coexisten ofertas heterogéneas de brevedades, sobreproducción de contenidos, pildorización cultural y consumo intermitente de medios.

Pensar el consumo de medios desde el soporte puede ser un error fatal para las organizaciones periodísiticas. Edición impresa o desde un navegador de Internet. Son opciones del pasado. Hay que ser agnóstico del soporte.

El soporte periodístico es la red. Los productores de contenidos tienen que disponibilizar su producción en el ciberespacio y ofertarla en múltiples instancias de consumo posible. No sólo en papel, no sólo en un punto fijo de acceso a Internet, sino también y sobre todo en los nuevos entornos urbanos que ofrecen instancias de consumo breves pero de alta intensidad. (Ampliaremos este punto en Amphibia en un próximo post cuando comentemos Burbujas de ocio, de Roberto Igarza.)

5 – ¿LA AUDIENCIA ES PARTICIPATIVA O PRODUCTORA DE CONTENIDO?

La audiencia ES el contenido. Facebook y Twitter son los pedagogos del nuevo periodismo. Facebook porque es la nueva expresión de las formas e interacciones de las comunidades de lectores, tal como en el siglo XVIII lo eran los cafés en Londres, cuando los diarios intervenían en la nueva esfera pública y configuración social. Twitter, por su parte, porque es una expresión de las brevedades de producción y consumo colectivo de medios.

En las versiones online de los medios tradicionales, la audiencia sólo puede ver lo que escribieron los periodistas y con suerte comentar públicamente, siempre sobre lo que escribieron los periodistas, y sujetos a moderación de la elite.

Facebook es el sitio de noticias más visitado de todo el mundo. No el sitio periodístico, pero sí el de noticias. Las audiencias hibridan allí y visualizan con el mismo rango de jerarquización editorial la muerte del Papa, el viaje de un amigo, la cotización del dólar o las fotos de la novia.


46 anos da Revolução de Angicos

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 11:50 0 Comments

Revolução em Angicos? É, foi essa a palavra utilizada na época para descrever o que estava acontecendo na pequena cidade do interior do Rio Grande do Norte. Essa revolução "de verdade, séria e bem organizada" foi realizada por um educador chamado Paulo Freire.

Paulo Freire elaborou uma proposta de alfabetização de adultos conscientizadora, encarando o educando como sujeito da aprendizagem. Propunha uma ação educativa que valorizasse a cultura dos alfabetizandos como ponto de partida para tomada de consciência de sua importância como sujeito histórico.

Essa revolução foi registrada visualmente por meio de um vídeo produzido em 1943 conhecido como "As Quarenta Horas de Angicos". Ele está disponível no Portal dos Fóruns EJA e reproduzimos a seguir, em duas partes, seguido de alguns pensamentos sobre Freire:
Parte 1


Parte 2


Esse método ficou conhecido como método Paulo Freire (apesar de em diversos momentos ele mesmo falar que não é um método). O espaço educativo proposto por Paulo Freire era mediado pelo diálogo entre educandos e a realidade, entre educandos e educandos e entre educandos e educadores por meio dos círculos de debates. Veja como ele foi avaliado por Osmar Fávero - Universidade Federal Fluminense - UFF:



O papel atribuído ao professor/educador era o de dinamizar o debate e organizar os dados, mapear os problemas, as situações-limites e, coletivamente, retirar os temas-geradores. O tema gerador é discutido e problematizado, parte-se do conhecimento que os educandos têm em sua vivência, agrega-se uma visão crítica da realidade, com o fim de transformá-la.

A Revolução de Angicos, iniciada por Paulo Freire tencionou mais: seu sonho, que se tornou realidade, transformou e transforma a vida de milhares de pessoas que tomam consciência de si. Com “tijolos“, “enxadas“, “campos“ e “sofrimento“, entre dezenas de palavras do universo temático dos trabalhadores expropriados de sua própria consciência, Freire abriu espaço para a renovação e a liberdade da opressão. Desbancou, por meio de sua revolução com o lápis, as elites e séculos de dominação do outro.

Superou, com seu método, a “morte em vida dos oprimidos [e ensinou-lhes a] morrer para reviver através dos oprimidos e com eles [demonstrou que a] comunhão com eles pode fecundar-se” em ações transformadoras e emancipadoras (FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: 1982, p. 155).

Demonstrou, também, que podemos vencer a desconfiança, pois “desconfiar dos homens oprimidos, não é, propriamente, desconfiar deles enquanto homens, mas desconfiar do opressor ‘hospedado’ neles” (FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: 1982, p.199).

Dessa forma, a visão da Revolução de Angicos pode continua a inspirar e, ao aplicá-la, juntamente com outras metodologias , poderemos “sonhar juntos“ uma emancipação dos jovens e adultos com quem trabalhamos.


Em uma dessas noites em que não puder dormir como deveria, encontrei na rede uma animação bem intrigante. Ela é intitulada "DELIVERY" e foi escrita e produzida pelo artista digital Till Novak, tendo música de Andreas & Mathias Hornschuh. Foi produzida utilizando os softwares Discreet 3ds Max 7 e com o Adobe After Effects.

A história é de um senhor que recebe uma caixa misteriosa. Ele mora perto de uma cidade ultra moderna e extremamente poluída. Até aqui, tudo é muito parecido com as nossas metrópoles (é claro que ainda não temos tecnologia para carros que voam, mas comparado com a vida rural/campestre, já temos progresso demais).

Assista ao curta e veja se suas impressões são próximas ao que senti.




Aproveitando a onda ambientalista de preservação, senti que de início, o discurso iria ser "preserve", mas quando a caixa misteriosa chegou e ele começou a interagir com ela, a coisa foi mudando de figura. O clima de suspense (regado a uma música de fundo "sinistra") do que iria acontecer quando ele olhasse dentro da caixa fez a minha imaginação ir muito longe. Pensei um pouco de tudo. Quando ele utilizou a lanterna (uma, duas... três vezes) e houve o jogo de luzes - Eureka! - a genialidade do curta surgiu!

O tempo e o espaço da "realidade" misturou-se a um tempo e espaço imaginário, mas que estava presente. Depois do teste da bolinha jogado na caixa, a perplexidade do senhor foi imensa! O que fazer? Ou melhor, o que não fazer? Penso que é nesse momento que a idéia do curta se manifesta com mais intensidade: se nós tivéssemos essa possibilidade - de intervir direta e imediatamente - deveríamos fazer? Fica a questão....


Estamos no 69º aniversário do lançamento do filme The Great Dictator (O Grande Ditador), dirigido e estrelado por Charles Chaplin. Quando foi lançado em 15 de outubro de 1940, essa sátira aos regimes ditatoriais, sobretudo o nazismo e o fascismo, foi confundido como um apelo "meio socialista", devido ao discurso pró-direitos humanos.
Uma cena muito lembrada é a da sala de decisão e da vontade megalomaníaca de dominação. Veja.


De qualquer forma, o filme retrata a situação na distante nação de Tomânia, que vive a realidade da tirania. O discurso final feito por Chaplin dá uma lição de democracia (pelo menos para a época).


Vou dar uma colher de chá: O discurso está a seguir, disponível na wikipedia.

"Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!" ( segue o estrondoso aplauso da multidão ).

Na contramão desse discurso inflamado, está a sátira feita ao então presidente americano George Bush, que apesar da "leveza", não chega nem perto da graça de Chaplin na cena! É interessante que, a medida em que ele "flutua", as notícias na parte debaixo do vídeo apontam para ações terroristas de Bin Laden, atentados e mortes por homens-bomba... Realmente "tá tudo dominado".


Desde que a reportagem Le Corps Incarcéré saiu no Le Monde no dia 22.06.2009 que tento fazer um post sobre a sensação que tive com a exposição montada. Ela foi realizada por Bernard Monasterolo e Karin Elhadj, com fotos de Léo Ridet.


Trata-se de uma reportagem especial de quase 15 minutos, que utilizando fotografias e entrevistas, foi montada a partir da vida de quatro privados de liberdade (Hugo, Hafed, Hélène e Djemel) em cinco eixos de análise/exposição:

1. O corpo escavado (Le corps fouillé)

2. O corpo do outro (Le corps de l'autre)

3. O corpo doente (Le corps malade)

4. O corpo reencontrado (Le corps retrouvé)

5. O corpo libertado (Le corps libérè)


A medida em que cada um desses aspectos é aprofundado pela vida de um dos quatro personagens, a reportagem especial ganha força com três entrevistas: a primeira, com o sociólogo Arnaud Gaillard que fala sobre a sexualidade dentro da prisão; a segunda com o sociólogo Laurent Gras que fala sobre a prática desportiva dentro dos espaços prisionais e, a terceira, com a psiquiatra Christiane Beaurepaire, que publicou agora em 2009 um livro sobre a psiquiatria na prisão.


Algumas coisas surgem nessa reportagem que acho importante pontuar: o conteúdo é típico de uma montagem em torno de histórias de vida e, portanto, rica em detalhes; a fotografia é bem feita, com detalhes de situações somente comuns a quem está dentro do espaço prisional, tais como cela, grades, roupas íntimas, micro-ambientes, etc. Esse 'partilhamento' de um um 'espaço comum', mas não comum a quem não está privado de liberdade, em primeiro momento, tende a chocar. É claro que o conjunto de fotografias escolhidas para o vídeo acabam diminuindo o impacto (para ser bem impactante, basta pegar algumas dos presídios aqui do Brasil). A sonoridade da reportagem também é interessante: os primeiros ruídos são de 'vozes disformes', sem uma sonoridade distinta e de chaves batendo. Depois se intercala com falas e fotos dos personagens. Bem, essas são algumas impressões iniciais. Convido você a tê-las também!


Caso queira aprofundar seu conhecimento sobre a temática, sugiro uma visita ao site da Senát, sobre Les conditions de détention dans les établissements pénitentiaires en France e a cronologia das políticas públicas da política penitenciária na França.


Um visita aos sites a seguir também esclarecem muito:

Comité européen pour la prévention de la torture http://www.cpt.coe.int/fr/default.htm/
Commission nationale de déontologie de la sécurité http://www.cnds.fr/
Cour européenne des droits de l’Homme http://www.echr.coe.int/

Ecole d’administration pénitentiaire http://www.enap.justice.fr/


O Anima Mundi, em cada edição, tem superado as expectativas, não apenas numéricas, mas, principalmente, qualitativas. Os filmes da mostra principal e das categorias web e celular estão muito atraentes e com mensagens abrangentes.
Retomando o que havia dito anteriormente em outro post (e fazendo propaganda dos curtas), já escolhi dois filmes interessantes, que estão na onda "ecológica": o primeiro é o filme Cidadão de Papelão, de Ivan Mota que retrata "onde o carroceiro que recolhe sucata nas ruas se encaixa em nossa sociedade?" e, o segundo, Gota de Chuva, de Fernando Corvisier de Abreu, mostra um jovem Yanomami e um mico-leão dourado tentando entender a destruição da floresta amazônica pelo homem branco.
Assim como em anos anteriores, o Anima Mundi 2009 vai dar o que falar. Foi assim com a edição passada. Tomemos o caso do vencedor de 2008, o curta L'Animateur (The Animator). Esse curta gerou bastante polêmica, principalmente entre os religiosos mais radicais e/ou menos esclarecidos. Veja o vídeo:




Não quero retomar os embates que foram feitos de que houve ridicularização da figura divina com o vídeo, mas pensar um pouco na irreverência francesa dessa produção. Não é de hoje que, marcadamente nesse canto europeu, a irreverência surgiu. Ao assistir ao vídeo lembrei de François Rabelais, sacerdote francês do século XVI, que ficou marcado pela peças irreverentes que escreveu em seu tempo. Rabelais partiu da imaginação popular, própria do espírito medievo, da estrutura narrativa existente em seu tempo e da própria riqueza vocabular para "popularizar" problemas mais decadentes do seu tempo, como a vivência religiosa, a justiça ou as guerras.

Um dos livros que li sobre ele foi produzido por Mikhail Bakhtin intitulado "A Cultura popular na Idade Media e no Renascimento: o contexto de François Rabelais". Lembro-me que, no primeiro contato, causou-me estranheza a linguagem "meio" tola (para não dizer decadente), utilizada por Rabelais. Depois de ler o livro e discutir com colegas de faculdade do curso de História (com especialização em história medieval), compreendi que "essa marca" era uma forma de aproximação do sacro com o populesco, do puro com o impuro, do intocavelmente sagrado com o mundano ou em palavras mais pedagógicas: uma forma de fazer o povão entender o que a cultura dominante queria dizer.

Por que essa volta? Por que penso que o caso do filme L'Animateur (The Animator) possa ser visto nesse sentido: uma forma de aproximar uma temática complexa e cheia de disputas dogmáticas sobre "quem?", "quando?", "como?", em simplesmente, "foi feito", independente de "quem?", "quando?" e, mais complexo, "por que?" (deixo aqui para os colegas da filosofia continuarem a conversa...)

Quanto aos trajes e adereços utilizados pelo(s) autor(es) do curta, deixo a liberdade desses alçar vôo. Não diminui o que acredito e nem o que foi produzido.